DEUSA RAZÃO
O neo-ateísmo se entende como herdeiro e expoente da erudição extrema. A sua pretensiosa apropriação do domínio da "razão" e em especial da “razão científica”, por exemplo, tem status de dogma. Todo ateu se entende como um entusiasmado fã da "ciência" e qualquer nova descoberta (ainda que inconclusa) desta é imediatamente capturada e transformada em argumento ateísta, mesmo que não guarde relação nenhuma com valores ou dogmas religiosos. Eles são os donos exclusivos da deusa Razão.
Essa é a fórmula fantástica que faz com que os ateístas, tanto do meio científico/acadêmico quanto das redes sociais, reivindiquem para si a primazia do raciocínio e do pensamento avançado, impingindo aos não-ateus a pecha de incultos e/ou ingênuos (repetindo Freud e Marx). Tentam assim levantar uma barreira separando a fé e a ciência, usando estes dois pilares: razão e obscurantismo. A primeira seria deles e o segundo seria dos crentes na dimensão espiritual da humanidade.
Essa é a fórmula fantástica que faz com que os ateístas, tanto do meio científico/acadêmico quanto das redes sociais, reivindiquem para si a primazia do raciocínio e do pensamento avançado, impingindo aos não-ateus a pecha de incultos e/ou ingênuos (repetindo Freud e Marx). Tentam assim levantar uma barreira separando a fé e a ciência, usando estes dois pilares: razão e obscurantismo. A primeira seria deles e o segundo seria dos crentes na dimensão espiritual da humanidade.
A revista Veja de 14/07/2010 trouxe uma entrevista com o biólogo Craig Venter onde este respondeu perguntas sobre seu mais recente feito midiático/científico: o transplante do código genético de uma bactéria para um ser unicelular. Inicialmente o enfoque dado a este experimento pelos meios de comunicação era ufanista: o homem teria "imitado Deus" e “criado” vida em laboratório. Na Internet foi grande o furor dos neo-ateus virtuais, felizes com mais um “argumento” para desqualificar a Criação como obra divina. Olhos brilharam, como a dizer com um misto de alegria e (principalmente) alívio: “Vejam só! Cadê o seu Deus agora? Não há Deus; não há Deus, é só uma reação química!”
Mas um exame um pouco menos superficial do noticiário jogou água fria nos mais afoitos: ninguém criou vida da matéria inanimada, foi só um "transplante" de DNA entre micróbios de baixíssima complexidade genética. Algo que tem lá seu valor científico, mas ainda é pouco para “demonstrar” a origem da vida e seus insondáveis mecanismos.
Pois bem, a entrevista deste personagem trouxe à tona as vicissitudes do falso conflito entre a verdadeira ciência e a fé cristã, "incompatibilidade” revivida a cada descoberta de um dedo a mais num animal fossilizado ou de uma inscrição num túmulo antigo. Documentários “explosivos”, livros “revolucionários” são lançados e fazem sucesso na bolha da ciência popular.
Intolerantes e obscuros?
Não seria impreciso chamar os adeptos do ateísmo militante de algo como "apologistas do acaso químico", pois sua estática convicção no Grande Acaso se fundamenta em eventos que, estatisticamente, desafiam as probabilidades, ou seja: destoam de uma ... Ciência. Fechados em suas convicções, eles não admitem outra hipótese para a existência da humanidade que não um grande acaso químico.
Mas então, o que os cientistas ateístas oferecem como argumentos para sustentar a ideia fixa no antagonismo intransponível entre ciência e fé? Sem nenhuma originalidade, repetindo métodos notórios de “como vencer um debate, mesmo sem ter razão”, eles aprisionam a “deusa razão” em seu lado e desqualificam os "inimigos" de opinião contrária (argumento ad hominem). Vejamos, pois, a resposta muito elucidativa e involuntariamente sintética do Sr. Venter a essa questão específica:
VEJA: O geneticista Francis Collins, também responsável pelo mapeamento do genoma humano, é cristão fervoroso. É possível conciliar religião e ciência?
Venter: Não. É muito difícil ser um cientista de verdade e acreditar em Deus. Se um pesquisador supõe que algo ocorreu por intervenção divina, ele deixa de fazer a pergunta certa. Sem perguntas certas, sem questionamentos, não há ciência. (...)
Notemos o brilhantismo avesso da resposta: ao mesmo tempo em que desqualifica um colega cientista eventualmente mais reconhecido do que ele (mas talvez com um ego e uma assessoria de imagem muito menores), negando que um “cientista de verdade” possa crer em Deus, o Sr. Venter relaciona a crença no Criador a um elemento externo limitador da curiosidade científica, como se ao crente em Deus não interessasse desvendar os meandros da natureza em prol do conhecimento e do progresso.
O que faz com que as pessoas achem que o estudo dos mecanismos da criação é “proibido” aos que tem fé num Criador? O que é a ciência senão a busca da ordem racional da Criação numa contemplação esclarecida do Criador por meio da natureza? A “ciência” como busca das razões naturais para os acontecimentos tem sua profunda raiz justamente em comunidades cristãs. As Universidades se originaram por esforço e obra da igreja e expoentes históricos da ciência como Newton, Pascal e Mendel eram cristãos.
Nunca um “cientista de verdade” instalaria um “firewall” em seu software investigativo, programado para barrar a pesquisa quando ela se encaminhasse para uma conclusão contrária à suas crenças. Nunca um cientista cristão incorreria nesta limitação pelo simples motivo de que nenhuma descoberta científica passada, presente ou futura se contraporá à fé cristã num Deus Criador. Nenhuma.
Os neo-ateus de internet e seus inspiradores mais idosos convenientemente fixaram seu modo de pensar na lenda urbana de que a igreja medieval via a ciência como uma ameaça ao seu poderio espiritual e combatia qualquer experimento que visasse investigar os mecanismos da natureza. Num panorama amplo, isso é falso, pois foi justamente no seio da igreja medieval, que surgiram as instituições que visavam a universalização do conhecimento e, apesar de existirem visões clericais de que o conhecimento afastaria as pessoas comuns da religião, essa não era uma política oficial de Roma. Vale lembrar ainda que, até bem pouco tempo, a fé era a única fonte de certezas, pois não havia o conhecimento advindo do experimentalismo, e foi a religião que buscou conhecer os detalhes da Criação, o que hoje chamamos de "ciência".
Assim, a busca do conhecimento (chamado de filosofia) e a própria ciência como a conhecemos hoje, são frutos da civilização ocidental europeia, fundamentada nos princípios e valores religiosos cristãos.
Já os cientistas apologistas do Grande Acaso, limitados que são pela crença radical na inexistência de Deus, estabelecem uma premissa que, paradoxalmente, lhes conduz a um universo de suposições e crenças alheias à "razão". Sim, eles são radicais ao extremo e não admitem nada que possa ameaçar seus dogmas materialistas. Há casos de cientistas que foram banidos de universidades porque defendiam o criacionismo e o “design inteligente” numa verdadeira “Nomenklatura Científica”.
A ciência como busca da verdade pela experimentação não conflita com a fé em um Criador. Agostinho disse que "toda verdade é verdade de Deus".
O obscurantismo não é nosso. Mas e a razão, é deles?
A teoria que traz o evolucionismo darwiniano como cientificamente capaz de explicar a origem das espécies e rechaçar a criação divina tem muitas lacunas. Mas mesmo que a teoria evolucionista “fechasse”, ela não afastaria o que os cientistas tanto temem: a existência de um Criador, pois mesmo que se comprovasse todo o caminho evolutivo e se chegasse ao “ponto fundamental da vida”, esse ente misterioso que teria “evoluído” da matéria bruta para uma célula e daí passou pelo zoológico inteiro até chegar ao homem, nem assim a pergunta essencial seria respondida: como surgiu a matéria bruta e como esta virou vida; e vida complexa ? O nada gerou tudo?
Alguns conhecidos apologistas do Grande Acaso já se debruçaram sobre esta questão máxima, cientes de que dela depende todo o “resto”. Einstein reconhecia que o Universo não poderia ter vindo do nada, e remetia sua causa e seu desenvolvimento a uma “força” que, destacava ele, não se confundia com “um Deus pessoal”; Stephen Hawking também esboçou sua simpatia à complementaridade entre ciência e religião para que se alcançasse a Verdade, mas negou o conceito cristão de Deus, e terminou seus dias se preocupando com a possibilidade de ETs invadirem a Terra; já Carl Sagan não cogitava largar seu ateísmo, esboçando no máximo o reconhecimento de um “deus” composto pelas leis naturais.
Mas são muitos os exemplos passados e contemporâneos de “cientistas de verdade” que fazem ciência “de verdade” e são cristãos, reconhecendo que a ciência tem como fundamento a criação e nesta trilha há a assinatura de um Criador.
William Thompson Kelvin (1824-1907), físico, pai da termodinâmica disse.
“Estamos cercados de assombrosos testemunhos de inteligência e benévolo planejamento; eles nos mostram através de toda a natureza a obra de uma vontade livre e ensinam-nos que todos os seres vivos são dependentes de um eterno Criador e Senhor”.
O físico Paul Davies escreveu “A Mente de Deus”, onde traça um panorama científico-filosófico para concluir que tudo no cosmo revela intenção e consciência. Disse Davies:
"Acredito que as leis da natureza são engenhosas e criativas, facilitando o desenvolvimento da riqueza e da diversidade na natureza. A vida é apenas um aspecto disso. A consciência é outro. Um ateu pode aceitar essas leis como um fato bruto, mas para mim elas sugerem algo mais profundo e intencional."
John Polkinghorne, colega de Hawking no departamento de Física de Cambridge, que - depois de 25 anos de carreira acadêmica brilhante - largou tudo para se ordenar pastor anglicano e escrever livros, disse em uma entrevista de 2001:
"Eu não abandonei a física porque estava desiludido com ela, muito pelo contrário: continuo acompanhando o assunto com o máximo interesse. Só não faço mais pesquisa científica. Mas boa parte dos meus livros consiste em ensinar física quântica aos leigos. Acredito que precisamos de ambas as perspectivas, a científica e a religiosa, para compreender esse mundo admirável em que vivemos."
É “científico” pressupor que o "tudo" surgiu de um "nada"? Não, não é.
Em nome de uma suposta devoção à “deusa razão” e empenhados em fugir de tudo o que lhes pareça “sobrenatural” eles, os dogmáticos ateus, acabam incorrendo justamente no que condenam, aceitando uma possibilidade antinatural como premissa válida. É assim com a geração espontânea da vida.
A ciência já disse que ratos nasciam de roupas sujas deixadas num canto de um porão por algumas semanas... A experimentação mostrou que não era bem assim. Hoje eles dizem que a vida surgiu espontaneamente de uma sopa química inicial impossível de se repetir a partir de compostos inorgânicos.
O citado biólogo ateu militante que realizou o transplante genético entre bactérias, foi questionado sobre essa comprovação tão necessária para sua fé e, de modo previsível, desqualificou a importância de se recriar, a tal “sopa primordial”, dizendo que “isso não vai fazer de mim um cientista melhor ou pior” (tradução: - “Eu nem queria fazer isso mesmo”), e que “para isso teríamos de voltar 3,5 bilhões de anos” (tradução: - “Nunca conseguiremos fazer isso, vai ter que ficar na imaginação”; disse ainda: ”Construir vida do zero é uma noção arcaica na ciência” (tradução: - “As uvas estavam verdes”).
Se a demonstração “científica” de sua crença (ou descrença), não é importante e, além de tudo, é impossível, o que fundamenta essa descrença senão a fé pura e simples? O cientificismo ateu diz “a base de nossa repulsa ao sobrenatural é algo que cremos, mas que não podemos demonstrar experimentalmente, que foge aos limites da ciência, que extrapola as leis naturais conhecidas, mas que supomos ser verdadeiro”. Quer maior declaração dogmática de fé no sobrenatural do que essa? É o conhecido “duplo padrão” dos ateístas: "a crença no anticientífico dos outros é burrice, a nossa é erudição."
Por que a ferrenha oposição baseada em desonestidade intelectual?
Mas então por que essas pessoas resistem tanto à hipótese do planejamento divino da vida até como hipótese? Por que essa militância feroz contra qualquer menção das palavras "Criador", "criação", ou mesmo "propósito da existência"?
A dimensão espiritual sempre esteve presente na humanidade sendo correto afirmar que foi a vontade de saber quem somos e o que fazemos neste mundo a mola propulsora do conhecimento. A espiritualidade não nos é uma característica eventual, mas sim intrínseca e, como tal, não pode ser suprimida, mas somente artificialmente substituída por outros valores que lhe façam arremedo. A História mostra tentativas autoritárias de substituir a espiritualidade; todas sem sucesso, sendo a Revolução Francesa e o social/comunismo apenas os exemplos mais notáveis e ilustrativos de regimes ativamente ateístas que chafurdaram solenemente...
O fato incontestável é que nenhuma civilização relevante na história abdicou da dimensão espiritual. Nenhuma.
Outro fato igualmente esclarecedor é que a nossa civilização se fundamenta em valores religiosos. Em especial, a civilização ocidental tem entre seus pilares a religiosidade cristã, juntamente com a filosofia grega e o direito romano. Por mais que esperneiem os neo-ateus de internet, instituições como escolas, universidades, hospitais, casas de acolhimento de necessitados e um imenso etc. são de origem religiosa. Nesse momento, o neo-ateu saca seu “argumento de algibeira”, que é apontar os erros históricos da religião. Mas a refutação é simples: são erros da religião e não dos valores espirituais superiores que inspiram o fenômeno humano da busca pela “religação” com o Criador. Além disso, a própria religião como fenômeno humano se depura com o tempo (assim como a ciência). Alguém já disse que, se o cristianismo é uma grande farsa, é a farsa mais espetacular da história, pois construiu uma civilização gigantesca: a atual.
A ira dos apologistas do Grande Acaso a tudo que não comungue de seus ideais não é justificada pela “ciência”, pois ela é neutra; nem pela história, pois ela demonstra a natureza espiritual da humanidade e tampouco pelos vícios de personalidade como a vaidade e a arrogância, pois esses são difusos. Talvez o motivo mais determinante para a grande negação e sua frenética militância seja mais pessoal: o medo dos indivíduos das consequências de haver um Criador, pois uma vez considerada intimamente essa possibilidade, o ateísta seria constrangido a se posicionar diante dessa suposta realidade. Escolhas teriam que ser feitas, o que resultaria (ou não) em mudança de valores, paradigmas, objetivos de vida e compreensão de si próprio. Mudar, renunciar, corrigir o rumo, admitir o equívoco... Esses são assuntos desconfortáveis para a maioria das pessoas. O ateu rechaça até a cômoda neutralidade do agnosticismo [1].
Compreensível então que alguns prefiram fazer de conta que não existe escolha a ser feita, classificando como "ingênuos" os que não comungam com sua pretensa "razão científica". Razão?
Estamos em mais um momento histórico em que se tenta substituir a espiritualidade pelo “racionalismo”. Mas o simulacro é evidente: os cientistas são como os novos “sacerdotes” portadores da verdade absoluta e a eles parece absurdo que não seja assim.
Afinal só eles são "racionais", e “senhores da verdade”, ma non troppo.
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[1] O ateu é o que nega qualquer possibilidade de existência de divindades, abraçando como única alternativa a nada lógica "geração espontânea" da vida. O ateu explica tudo como uma relação causa/efeito, EXCETO o começo de tudo. O ateu crê cegamente no extraordinário, mas finge que o extraordinário “dele” é científico.
Quem não crê explicitamente em um Deus Criador, mas admite que essa pode ser uma possibilidade, não é tecnicamente um ateu, mas sim agnóstico.
Quem sente que há uma "força superior" espiritual que dá à humanidade um caráter especial e transcendental, mas não o reconhece nas divindades a ele apresentadas, é anti-religioso.
Em ambos os casos (agnosticismo e anti-religiosidade), há uma legítima busca filosófica pela Verdade. Já o ateísmo é pura incoerência mesmo.
Adendo:
AS PROBABILIDADES SOBRE AS QUAIS SE FUNDAMENTA O ATEÍSMO MILITANTE.
As probabilidades estão contra a teoria da evolução
"A probabilidade de que a vida se originou por acaso em uma das 1046 ocasiões é pois de 10-255 . A pequenez deste número significa que é virtualmente impossível que a vida se originou por uma associação aleatória de moléculas. A proposição de que uma estrutura viva ter surgido por um único acontecimento por meio de uma associação de moléculas ao acaso deve ser rechaçada." [Quastler, Henry. The Emergence of Biological Organization (O surgimento da organização biológica), New Haven and London, Yale University Press, 1964, p. 7.]
"Obter uma célula por acaso necessitaria pelo menos cem proteínas funcionais que apareceriam simultaneamente num só lugar. Isto equivale a cem acontecimentos simultâneos, cada um com uma probabilidade independente que dificilmente pudesse ser superior a 10 –20 , o que dá uma probabilidade máxima combinada de 10 –2000 ." [Denton, Michael. Evolution: A Theory in Crisis (Evolução: Uma Teoria em Crise), Warwickshire, Burnett Books Limited, 1985]
"Quanto mais estatisticamente improvável é uma coisa, mais nos custa crer que ocorreu por cego acaso. Superficialmente, a alternativa óbvia para o acaso é um Desenhista Inteligente." [R. Dawkins, "The Necessity of Darwinism" (A necessidade do darwinismo) . New Scientist, Vol. 94, 15 de abril de 1982, p. 130.]
(Algumas das citações desta seção foram extraídas de The Quote Book (O Livro de Citações), compilado por John Mackay; e col., publicado pela Creation Science Foundation Ltd. 1984.)
A IMPROBABILIDADE MATEMÁTICA DE QUE A VIDA SURGIU POR ACASO
A teoria da evolução afirma que a matéria inanimada, por meio de combinações ao acaso de moléculas, deu finalmente origem a vida. Nesta seção, examinaremos a probabilidade matemática disto ocorrer. Por isso, se você não está familiarizado com a notação exponencial não poderá ter o proveito como se tivesse. Portanto, para tornar mais fácil as coisas para quem desconhece a notação exponencial, vamos dar uma pequena ilustração.
Um exemplo de notação exponencial é 3 2 . Se lê "três ao dois" ou "três ao quadrado". Isto significa 3 x 3, 9. Três é a base, e 2 é o expoente. O expoente indica quantas vezes deve multiplicar-se a base por si mesma para obter o número expresso. Assim, 10 2 = 10 x 10 = 100; 2 3 = 2 x 2 x 2 = 8; 10 3 = 10 x 10 x 10 = 1000. Note que quando a base é dez, o expoente indica o número de zeros depois de um. Assim, 10 elevado a dois tem dois zeros (100), 10 3 três zeros (1000), e 10 4 quatro zeros (10 000). Quando não se indica expoente, entende-se que é 1 ( 10 1 = 10). Um expoente também pode ser negativo; 10 –1 = 1/10 ou 0,1; 3 –3 significa 1 dividido 3 x 3 x 3 ou 1/27. Quanto maior for o expoente negativo, menor será o número representado. Vejamos a prática desta ilustração neste exemplo:
Se você tomasse um pedaço de papel de 0,05 mm de espessura, o cortasse em dois e pusesse as duas metades em cima da outra, teria uma espessura total de 0,1 mm. Se a estes pedaços cortasse a metade obteria quatro pedaços e assim sucessivamente. Se alguém repetisse a operação um total de cinqüenta vezes, qual o tamanho da pilha? Matematicamente, a equação seria 250 pedaços de 0,05 mm cada um, e a resposta seria expressa em milímetros. Depois de ler esta frase e antes de ler a resposta, examine de novo a equação e pense qual seria o tamanho da pilha. Vamos, adivinhe. Ou já o fez?
A resposta é muito simples. Só há um problema: não está em milímetros, mas em quilômetros. Exatamente 56 294 995 340 000 quilômetros. Surpreendente, não? A surpresa na enorme resposta se deve a notação exponencial 2 50 que, diga-se de passagem, equivale a 1 125 899 906 842 624 , quer dizer um quadrilhão cento e vinte e cinco trilhões oitocentos e noventa e nove bilhões novecentos e seis milhões oitocentos e quarenta e dois mil seiscentos e vinte e quatro. Evidentemente, é muito mais do que dizer "dois a cinquenta".
Há aqui outra ilustração mais simples. O número total estimado de átomos presentes no Universo é de 1079, ou seja: 1 seguido de 79 zeros. É muito mais simples expressar o número com um exponente. Esta é a vantagem da notação exponencial.
Agora, quando citarmos pessoas que usam esta forma de notação, você terá uma ideia mais clara do que eles dizem.
A evolução ensina que o no começo a matéria inanimada, através de incontáveis combinações durante um longo período, chegou a constituir as complexas formas de vida hoje presentes na Terra. Vejamos o que dizem os experts.
"Qualquer pessoa familiarizada com o cubo de Rubik [cubo constituído por cubos mais pequenos com seis cores diferentes; o jogo consiste em que todos os cubos da cada um dos seis lados possam ter a mesma cor] admitirá que é quase impossível que um cego que movesse as faces ao acaso resolvesse o jogo. Agora, imagine 1050 cegos, cada um com um cubo de Rubik com suas cores mescladas, e tente conceber a probabilidade de que simultaneamente todos eles resolvessem o jogo. Então um teria a probabilidade de formar, pelo acaso, a um dos muitos biopolímeros [grandes moléculas, como os ácidos nucléicos ADN e ARN, ou as proteínas] dos quais depende a vida. A noção de que não somente os biopolímeros mas todo o completo programa operativo de uma célula viva, pudesse vir ao acaso por uma 'sopa' orgânica primordial aqui na Terra é evidentemente um extremíssimo disparate."
Esta citação provêm de sir Fred Hoyle, um professor de investigação honorária da Universidade de Manchester e do Colégio Universitário de Cardiff. Ele foi um docente de matemática na Universidade de Cambridge. Trata-se de um cientista conhecido e muito respeitado. Em sua opinião, o desenvolvimento da vida ao acaso na Terra é um "extremíssimo disparate".
Hoyle assim mesmo diz em outro trabalho dedicado às biomoléculas:
"... Não devemos ter somente uma única sequência para obter uma enzima, mas um grande número de tentativas como as que se supõe ter ocorrido em uma sopa orgânica primitiva no desenvolvimento da Terra. O problema é que há cerca de duas mil enzimas e a probabilidade de obtê-las todas ao acaso é de somente 1 em (10 20) 2000 ou 1 dividido por 10 40000 , uma probabilidade ridiculamente pequena que dificilmente ocorreria ainda que todo o Universo fosse de sopa orgânica."
O menos que se pode dizer é que a probabilidade de que os biopolímeros e as enzimas formando-se e se desenvolvendo espontaneamente são, na opinião de Hoyle, "ridiculamente pequenas".
Outro escritor observa que "a probabilidade de que a vida se originou por acaso em uma das 1046 ocasiões é pois de 10-255 . A pequenez deste número significa que é virtualmente impossível que a vida se originou por uma associação aleatória de moléculas. A proposição de que uma estrutura viva ter surgido por um único acontecimento por meio de uma associação de moléculas ao acaso deve ser rechaçada."
Alguns outros cientistas com ponto de vista similar no referente a biogênese (origem da vida) tem feito comentários igualmente desanimadores: "obter uma célula por acaso requereria pelo menos cem proteínas funcionais que aparecessem simultaneamente num só lugar. Isto equivale a cem acontecimentos simultâneos, cada um com uma probabilidade independente que dificilmente seria superior a 10 –20 , o qual dá uma probabilidade máxima combinada de 10 –2000 ."
Há muitas citações similares disponíveis, mas estas poucas são representantes da imensa improbabilidade matemática de que a vida se formasse espontaneamente em qualquer parte da Terra. As probabilidades são decididamente contra ela. É impossível. Os evolucionistas, no entanto, não consideram estas cifras de extrema improbabilidade como obstáculos invencíveis. Replicam: "se a probabilidade é tão pequena, então dê-lhe tempo suficiente e ocorrerá." Bem, façamos uma prova com esta ideia.
Quais são as probabilidades de que se forme um organismo que tivesse só cem partes (nenhuma célula viva tem tão poucos componentes) se por 30 milhões de anos - uma estimativa mais generosa da idade do Universo - houvesse um sextilhão de combinações de suas partes em cada segundo? Isto equivale a 10 36 combinações por segundo. Em outras palavras, esse tempo é suficiente? Isto é fácil de calcular.
A molécula básica do código genético é o ADN. Quanto maior quantidade de partes tem um organismo, mais complexo é. As formas biológicas mais simples (ainda que necessitam da capacidade para reproduzir-se por si mesmas) são os vírus. Um vírus tem milhares de nucleotídeos de ADN ou ARN ou "partes". Para simplificar, criemos um vírus que tenha só cem partes. Se existe só uma forma correta de que as partes se ordenem as probabilidades de que ele ocorra em uma chance é de 1/100! . Esta cifra se lê "um sobre fração cem" , e "fator cem" (100!) significa 100 x 99 x 98 x 97 ....e assim sucessivamente até ... x 3 x 2 x 1.
Deixe-me dar um exemplo de combinação. Se alguém tivesse dois blocos de madeira, de quantas maneiras poderia dispô-los em linha reta? A resposta é 2! Quer dizer 2 x 1 = 2. Se tivesse três blocos, as combinações possíveis seriam 3! , ou 3 x 2 x 1 = 6 combinações. Se tivesse 4, seria de 4! , ou 24 (4 x 3 x 2 x 1).
Quanto maior for o número de partes, maior será o número de combinações possíveis. Tecnicamente, as "partes" de nosso vírus poderiam dispor-se de maneira diferente que uma linha reta, com o qual cresceria muitíssimo o número de combinações possíveis. Mas estamos sendo generosos aqui.
Agora, combinar 100 em uma linha reta pode se fazer em aproximadamente 9,33 x 10 157 formas diferentes. No entanto, no caso dos seres vivos nem toda combinação servirá. A vida precisa de um delicado equilíbrio e, portanto, uma precisa combinação das partes componentes.
Nosso problema agora consiste em determinar se 30 milhões de anos são suficientes para que 100 partes se combinem a uma taxa de 1036 combinações por segundo e resulte em vida. A equação é simples. Trinta milhões de anos são 3 x 10 10 de anos. Em segundos, 3 x 10 10 anos x 365 (dias) x 24 (horas) x 60 (minutos) x 60 (segundos) este tempo corresponde a cerca de 9,46 x 10 17 segundos.
Se este número de segundos se multiplica pelo número de combinações que ocorrem em cada segundo no nosso exemplo, o resultado é 9,46 x 10 17 segundos x 10 36 combinações por segundo = 9,46 x 10 53 combinações, que podemos arredondar para 1054 combinações. Se bem que é um número grande, resulta extremamaente pequeno comparado o com as 10 157 combinações possíveis. A subtração de 10 157 - 10 53 da 9,999 ... x 10 156 . Portanto, nem todo o tempo do mundo seria suficiente para que uma só célula simples com 100 partes viesse a existir. A probabilidade não difere praticamente de zero.
Se observássemos células com outras 100 partes, restringíssemos o tempo disponível (umas oito a dez vezes menor segundo os próprios evolucionistas) e juntássemos alguns detalhes mais realistas referentes ao número de combinações e as condições ambientais, as probabilidades contra seriam muitíssimo maiores. No entanto, os evolucionistas afirmam que a geração espontânea da vida na Terra é um fato. Como podem crer em tal coisa? Parece-me que tem muitíssimo menos evidência do que nós temos para crer em Jesus.
Matthew J. Slick
Tradução de Emerson de Oliveira (http://logoshp.6te.net/CIE33.htm)
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