Os simuladores
A mais bem sucedida maneira que a humanidade encontrou para viver é mesmo em sociedade. O modo comunitário, em regra, favorece a vida dos indivíduos, seja pela divisão de tarefas, aproveitamento coletivo dos talentos individuais, troca de experiências ou a simples soma de forças na luta contra as adversidades. Vivemos em sociedade para o nosso bem.
Essa reunião implica em renúncia de alguns direitos, em favor de outros benefícios coletivos. É o chamado “contrato social”.
A família, o clã, as tribos, as nações... Sempre nos reunimos para viver melhor.
Quando a população cresceu, surgiram instituições gregárias maiores, de reinos a impérios, e a hierarquia interna da engrenagem atribuiu poder a indivíduos, em nome da instituição macro. Vieram os exércitos e os impostos.
Nossa atual realidade é o modo republicano (de res publica, coisa pública em latim), num pretendido estado democrático de direito. Nesse status, nos sujeitamos às instituições sociais que nada mais são do que aprimoramentos da arte de subjugação de humanos por humanos. O mote é o mesmo: as instituições servem para viabilizar a coexistência civilizada de uma sociedade, harmonizando os interesses individuais em favor desta necessária convivência. Busca-se, assim, que entre os indivíduos haja uma igualdade fundamental de direitos, reprimindo a natural lei do mais forte.
As instituições existem para nos servir como indivíduos insertos numa sociedade organizada e é só por isso que nos submetemos a elas.
O Estado moderno com sua tripartição de poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), é o ente supremo de organização social e, numa flexão de reversão lógica, o Estado não se legitimaria se o bem comum não fosse seu superlativo fundamento.
Ou seja: a existência do Estado e das instituições e autoridades dele advindas, só faz sentido se for melhor o que ele proporciona (ou idealiza proporcionar), do que o “cada um por si”.
Num exemplo raso, uma vítima de roubo não é legítima para perseguir e punir o ladrão, porque está numa sociedade que constituiu o que se chama de “monopólio estatal da persecução criminal”, em que o Poder Executivo deve investigar, o Ministério Público denunciar e o Poder Judiciário sentenciar o ladrão. A chamada “vingança privada” – em que a vítima poderia perseguir e castigar o ladrão - é ilegítima neste contexto.
Todavia as instituições são como as ideologias: perfeitas na teoria e no imaginário abstrato da filosofia, mas na prática sujeitas aos rudimentos da imperfeição humana.
Cientes das propensão humana para a queda, os ideólogos do Estado criaram os mecanismos de autodepuração, o que se chama tecnicamente de “sistema de freios e contrapesos”, em que sempre há uma instituição responsável e legitimada a dar correção aos rumos de uma parte doente do sistema estatal.
Mas também estas não escapam da ruína dos ideais. Nada escapa dos ardis que a perversidade humana cria: os abutres aprenderam a usar a democracia em seu favor.
Como, na prática, se corrompe a fórmula racional da democracia, idealizada para que todos se beneficiem? Como manter o domínio de uma sociedade que idealmente repudia a dominação?
A resposta está na contaminação do sistema de dentro para fora, como um vírus de computador.
Se o sistema é democrático-representativo, será assim que os astutos chegarão ao poder político: usando a democracia em seu favor, contaminando o processo de escolha popular, impressionando artificialmente o eleitor médio, (aquele que é menos esclarecido, mais numeroso e que decide as eleições).
Se o modo de se chegar aos cargos institucionais no Judiciário é o concurso público, usa-se de todos os artifícios para pervertê-lo e assim legitimar a ocupação dos postos pelos seus delegados.
Vez que instalada, a rede de domínio dos postos- chave avança sobre o Estado, num “pacto de calhordas” que nulifica o sistema de freios e contrapesos.
Bandos rivais se alternam no poder dos diversos círculos da máquina estatal.
Quanto mais selvagens e numerosos os bandos, maior o poder predatório das máfias.
São as “quadrilhas partidárias” como bem definiu uma ex- Senadora brasileira.
São as hienas carniceiras da política, que em em geral são astutos, mas raramente inteligentes.
Estes prepostos do poder social dominante ocupam o Estado e o fazem servir a seus objetivos, fingindo ser a autoridade que, ideal e teoricamente, exerceria seu papel na instituição fazendo com que o sistema político-social funcionasse.
São os “SIMULADORES”, os que se travestem de autoridade constituída, mas que na verdade são só representantes dos que tramaram sua ascensão ao cargo institucional.
Eles são um título, um cargo, uma toga, um colete, um uniforme e, a uma vista superficial, são legítimos e dignos. Mas em verdade não. São como os sepulcros caiados e seu conteúdo verdadeiro são a astúcia, a ganância e as segundas intenções em favor próprio.
O SIMULADOR sempre está orbitando em torno dos cofres do Estado.
Somem-se a estes gananciosos os vaidosos autorreferentes, aqueles que amam o tratamento de celebridade tradicionalmente dado aos servidores públicos graduados.
O que atrai essa sub-casta é a liturgia do poder, a fama, o prestígio social e as amizades de interesse. Esse é o pavão.
Poucos querem servir ao coletivo com seus dons.
As autoridades postiças estão no poder porque se valeram de ardis, truques políticos, discursos vazios, ideologias de ocasião, assistencialismos a conta-gotas, conluios ou o simples e eficiente suborno. É a engenharia social do mal explorando as debilidades da democracia. E sempre funciona!
A face desse sistema diabólico é o palhaço-candidato, que atrai milhares de votos para a legenda, é o político folclórico e caricato, é o “rouba, mas faz”, é a proposta política feita “sob demanda” (o que o povo quer, ele promete).
Entram na práxis dessa cambada o patrocínio da imprensa mercenária, os métodos baixos de difamação de adversários, a criação de uma oposição caricatural e tudo o mais que cause engano e destruição da verdade. Enfim: é a campanha eleitoral brasileira.
Uma vez instalados na máquina pública, eles agem de modo maquiavélico, com movimentos estudados para que tudo permaneça como está, ou mude em seu favor. Eles exercem seus cargos com uma agenda oculta de intentos ilegítimos, dentro de uma conveniente e burocrática mediocridade, que não realiza, só imobiliza e engessa; que não inova, só repete; que não se transforma para atender demandas, que não tem (e nem quer ter) coragem para mudar paradigmas, tornando o Estado numa farsa que se reduz ao limite da aparência de Estado.
O SIMULADOR é o ápice da usurpação do poder legitimada pela fina e técnica falsidade ideológica.
Eles penetram na instituição-Estado e, tomando conta de seu cérebro, a transformam em um arremedo, um morto-vivo a seu serviço, como as vespas do gênero Glyptapanteles, cujas larvas parasitam lagartas de mariposa, de modo a transformá-las em zumbis que lhe garantem alimento e segurança.
Quando a larva se desenvolve, ela sai rompendo o corpo da – agora inútil - lagarta parasitada que, enfim, morre.
Os SIMULADORES estão no poder e, se depender deles, de lá não sairão nunca.
[Faas Rezrl]
A mais bem sucedida maneira que a humanidade encontrou para viver é mesmo em sociedade. O modo comunitário, em regra, favorece a vida dos indivíduos, seja pela divisão de tarefas, aproveitamento coletivo dos talentos individuais, troca de experiências ou a simples soma de forças na luta contra as adversidades. Vivemos em sociedade para o nosso bem.
Essa reunião implica em renúncia de alguns direitos, em favor de outros benefícios coletivos. É o chamado “contrato social”.
A família, o clã, as tribos, as nações... Sempre nos reunimos para viver melhor.
- Muita gente ? Muitas funções? Precisamos de representantes e de instituições.
Quando a população cresceu, surgiram instituições gregárias maiores, de reinos a impérios, e a hierarquia interna da engrenagem atribuiu poder a indivíduos, em nome da instituição macro. Vieram os exércitos e os impostos.
Nossa atual realidade é o modo republicano (de res publica, coisa pública em latim), num pretendido estado democrático de direito. Nesse status, nos sujeitamos às instituições sociais que nada mais são do que aprimoramentos da arte de subjugação de humanos por humanos. O mote é o mesmo: as instituições servem para viabilizar a coexistência civilizada de uma sociedade, harmonizando os interesses individuais em favor desta necessária convivência. Busca-se, assim, que entre os indivíduos haja uma igualdade fundamental de direitos, reprimindo a natural lei do mais forte.
As instituições existem para nos servir como indivíduos insertos numa sociedade organizada e é só por isso que nos submetemos a elas.
O Estado moderno com sua tripartição de poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), é o ente supremo de organização social e, numa flexão de reversão lógica, o Estado não se legitimaria se o bem comum não fosse seu superlativo fundamento.
Ou seja: a existência do Estado e das instituições e autoridades dele advindas, só faz sentido se for melhor o que ele proporciona (ou idealiza proporcionar), do que o “cada um por si”.
Num exemplo raso, uma vítima de roubo não é legítima para perseguir e punir o ladrão, porque está numa sociedade que constituiu o que se chama de “monopólio estatal da persecução criminal”, em que o Poder Executivo deve investigar, o Ministério Público denunciar e o Poder Judiciário sentenciar o ladrão. A chamada “vingança privada” – em que a vítima poderia perseguir e castigar o ladrão - é ilegítima neste contexto.
Todavia as instituições são como as ideologias: perfeitas na teoria e no imaginário abstrato da filosofia, mas na prática sujeitas aos rudimentos da imperfeição humana.
Cientes das propensão humana para a queda, os ideólogos do Estado criaram os mecanismos de autodepuração, o que se chama tecnicamente de “sistema de freios e contrapesos”, em que sempre há uma instituição responsável e legitimada a dar correção aos rumos de uma parte doente do sistema estatal.
- A fatal depravação.
Mas também estas não escapam da ruína dos ideais. Nada escapa dos ardis que a perversidade humana cria: os abutres aprenderam a usar a democracia em seu favor.
Como, na prática, se corrompe a fórmula racional da democracia, idealizada para que todos se beneficiem? Como manter o domínio de uma sociedade que idealmente repudia a dominação?
A resposta está na contaminação do sistema de dentro para fora, como um vírus de computador.
Se o sistema é democrático-representativo, será assim que os astutos chegarão ao poder político: usando a democracia em seu favor, contaminando o processo de escolha popular, impressionando artificialmente o eleitor médio, (aquele que é menos esclarecido, mais numeroso e que decide as eleições).
Se o modo de se chegar aos cargos institucionais no Judiciário é o concurso público, usa-se de todos os artifícios para pervertê-lo e assim legitimar a ocupação dos postos pelos seus delegados.
- As hienas carniceiras da simulação.
Vez que instalada, a rede de domínio dos postos- chave avança sobre o Estado, num “pacto de calhordas” que nulifica o sistema de freios e contrapesos.
Bandos rivais se alternam no poder dos diversos círculos da máquina estatal.
Quanto mais selvagens e numerosos os bandos, maior o poder predatório das máfias.
São as “quadrilhas partidárias” como bem definiu uma ex- Senadora brasileira.
São as hienas carniceiras da política, que em em geral são astutos, mas raramente inteligentes.
Estes prepostos do poder social dominante ocupam o Estado e o fazem servir a seus objetivos, fingindo ser a autoridade que, ideal e teoricamente, exerceria seu papel na instituição fazendo com que o sistema político-social funcionasse.
São os “SIMULADORES”, os que se travestem de autoridade constituída, mas que na verdade são só representantes dos que tramaram sua ascensão ao cargo institucional.
Eles são um título, um cargo, uma toga, um colete, um uniforme e, a uma vista superficial, são legítimos e dignos. Mas em verdade não. São como os sepulcros caiados e seu conteúdo verdadeiro são a astúcia, a ganância e as segundas intenções em favor próprio.
O SIMULADOR sempre está orbitando em torno dos cofres do Estado.
- Os pavões simuladores.
Somem-se a estes gananciosos os vaidosos autorreferentes, aqueles que amam o tratamento de celebridade tradicionalmente dado aos servidores públicos graduados.
O que atrai essa sub-casta é a liturgia do poder, a fama, o prestígio social e as amizades de interesse. Esse é o pavão.
Poucos querem servir ao coletivo com seus dons.
As autoridades postiças estão no poder porque se valeram de ardis, truques políticos, discursos vazios, ideologias de ocasião, assistencialismos a conta-gotas, conluios ou o simples e eficiente suborno. É a engenharia social do mal explorando as debilidades da democracia. E sempre funciona!
- Os parasitas de uma nação e suas momices.
A face desse sistema diabólico é o palhaço-candidato, que atrai milhares de votos para a legenda, é o político folclórico e caricato, é o “rouba, mas faz”, é a proposta política feita “sob demanda” (o que o povo quer, ele promete).
Entram na práxis dessa cambada o patrocínio da imprensa mercenária, os métodos baixos de difamação de adversários, a criação de uma oposição caricatural e tudo o mais que cause engano e destruição da verdade. Enfim: é a campanha eleitoral brasileira.
Uma vez instalados na máquina pública, eles agem de modo maquiavélico, com movimentos estudados para que tudo permaneça como está, ou mude em seu favor. Eles exercem seus cargos com uma agenda oculta de intentos ilegítimos, dentro de uma conveniente e burocrática mediocridade, que não realiza, só imobiliza e engessa; que não inova, só repete; que não se transforma para atender demandas, que não tem (e nem quer ter) coragem para mudar paradigmas, tornando o Estado numa farsa que se reduz ao limite da aparência de Estado.
O SIMULADOR é o ápice da usurpação do poder legitimada pela fina e técnica falsidade ideológica.
Eles penetram na instituição-Estado e, tomando conta de seu cérebro, a transformam em um arremedo, um morto-vivo a seu serviço, como as vespas do gênero Glyptapanteles, cujas larvas parasitam lagartas de mariposa, de modo a transformá-las em zumbis que lhe garantem alimento e segurança.
Quando a larva se desenvolve, ela sai rompendo o corpo da – agora inútil - lagarta parasitada que, enfim, morre.
Os SIMULADORES estão no poder e, se depender deles, de lá não sairão nunca.
[Faas Rezrl]